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Arquitetos: Architecture-Studio
- Área: 6500 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Hervé Coudrais, Luc Boegly
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Fabricantes: Opinion Ciatti
La Grande Passerelle, sede dos principais equipamentos públicos culturais de Saint-Malo, é vista imediatamente pelos viajantes procedentes da estação do TGV (trem de alta velocidade).
Este centro cultural, aberto ao público desde dezembro de 2014, foi projetado pelo escritório parisiense Architecture-Studio, e inclui uma midiateca, um cinema de arte, um centro de meios de comunicação, um "lugar 4e", e um espaço de usos múltiplos. Encontra-se localizado no centro de Saint-Malo, que inclui as três comunidades de Saint-Servan, Paramé e Intramuros.
O novo movimento de renovação urbana de Saint-Malo, inspirado na relocação da antiga estação, participou na criação de La Grande Passerelle. De fato, as instalações completam a renovação da área e a criação de um novo centro no coração das três comunidades. A cidade deve seu prestígio de atração turística a seu glorioso passado, associado aos nomes de Jacques Cartier, René Dugay-Trouin, Surcouf e Chateaubriand. Além de seu patrimônio histórico, cada ano, a cidade é sede de três importantes eventos culturais: os festivais "Etonnants Voyageurs" (que celebra seu vigésimo quinto aniversário este ano), "Quai des Bulles" e "La Ruta del Rock". Estes eventos, reconhecidos nacional e internacionalmente, são parte da influência e do dinamismo da cidade, que são simbolizados neste centro cultural, como novo ícone cultural de Saint-Malo.
Um projeto completo
Em seu conjunto, La Grande Passarelle expressa a metáfora da abertura, um gesto inspirado pela proximidade à orla do mar e o desejo do Architecture-Studio de estabelecer uma continuidade entre as estruturas construídas e a geometria das áreas exteriores. Ao redor desta separação espacial, também há espaços públicos generosos, dispostos em duas explanadas em ambos os lados do edifício, com um pequeno anfiteatro ao ar livre adicionado ao sul.
Aproveitando sua localização geográfica estratégica entre a terra e o mar, La Grande Passerelle emerge e revela o eixo histórico de Saint´Malo que une a nova estação de trens de alta velocidade TGV com a cidade dentro de seus muros. O centro cultural é o primeiro elemento importante que observam os viajantes que chegam da estação. Os arquitetos quiseram oferecer uma resposta arquitetônica urbana contemporânea, o que foi um dos desafios na realização desta nova área na cidade
Para o Architecture-Studio, este "edifício-esplanada" não é apenas uma declaração arquitetônica, mas uma composição que reúne a todos os espaços interiores e exteriores, os construídos e desocupados. Desta maneira, as atividades cotidianas, eventos culturais e experiências excepcionais da La Grande Passarelle, ressoam juntos, aumentando o atrativo do local e suas instalações, dia e noite, durante todo o ano.
Este conjunto é, ao mesmo tempo, contextual e autônomo. É contextual como parte da interpretação e estruturação da artéria principal de Saint-Malo, e é autônomo em sua declaração arquitetônica e a forte identidade que esta o confere. La Grande Passerelle é imediatamente reconhecível, e traduz os desafios desta comissão pública: uma plataforma cultural que reunirá a muitos aspectos; dos livros, meios de comunicação audiovisual, desde filmes independentes à criação digital e apoio a festivais.
Lugares em movimento
O conteúdo das duas partes culturais do programa desenvolvem-se e entrelaçam-se em um movimento ascendente invertido, o que reflete a artéria principal de Saint-Malo: a curva da midiateca eleva-se ao mar, e o mezanino do cinema de arte até as áreas inferiores. La Grande Passerelle é uma estação até a forma antiga e as novas áreas ao seu redor. Suas fachadas principais, situadas ao longo da artéria principal, permitem o acesso de luz e as vistas: desta forma a cultura se difunde na cidade.
O tema da viagem
O tema da viagem, eleito pelo povo de Saint-Malo para ilustrar a relação entre os diferentes conteúdos culturais que oferece a midiateca e o cinema de arte, se revela no tratamento do edifício: as várias ondulações do terreno, e as estruturas construídas geram espaços fluídos, linhas dinâmicas, confrontamentos e profundidade. É uma remanescência do mar, as ondas e as velas dos barcos que saíram de Saint-Malo, tão contínuo a seu passado, para explorar o mundo. Também sugere-se meios de comunicação, informação e conhecimentos compartilhados.
A energia cinética dos caminhos, onde quer que se esteja no complexo, leva a cabo uma diversidade de perspectivas que enriquecem os pontos de vista dentro do edifício e além. O contraste entre a natureza linear dos edifícios habitacionais que o rodeam, apenas reforça esta impressão de entrar em um mundo diferente, um mundo em si mesmo, ainda que desenhado como uma das portas da cidade.
Um arco fotovoltáico
A abertura da cidade ao mar coloca-se imediatamente em perspectiva por uma cinta curva imensa que une os extremos culturais do centro como uma ponte. Esta cinta arqueada, revestida por 640 painéis solares fotovoltáicos, demonstra o compromisso da cidade com uma ação ambiental exemplar. A figura é percebida como uma sombra, que é a entrada, um espaço transparente que atravessa o edifício, alongando o espaço público no interior do centro cultural.